quarta-feira, 6 de julho de 2011

SEM GANCHO, SEM ANTENA, SEM PRESSA

Para entendermos a proposta da TV sem Gancho, devemos, primeiramente, esclarecer certas alcunhas utilizadas no jornalismo. Primeiro, gancho se refere ao processo de resgate de um fato consideravelmente importante através de notícias recentes. Segundo, matéria quentes são fatos recentemente acontecidos e, por último, matérias frias são fatos acontecidos há muito tempo ou que acontecem com certa freqüência.

Assim, notícias quentes normalmente dizem respeito a novas ações desenvolvidas por um governo, um novo projeto de lei proposto, prazos de investigações de irregularidades pelo ministério público, dia de comemoração de alguma profissão. Notícias frias normalmente se inserem em situações rotineiras que podem “esperar” para serem produzidas, ou seja, não existe um prazo de validade curto para que aquele fato se torne “velho”. 

Eis que surgiu, então, o gancho como salvação para transformar notícias frias em matérias quentes e prontinhas para sair no jornal. E, em um âmbito de repressão a uma pauta linda, que necessitaria do dia de comemoração de uma profissão para entrar em cena (comemoração essa que viria somente dali a alguns meses), nasceu a TV sem Gancho.

Ou seja, na correria do dia-a-dia nos damos conta de situações cotidianas consideravelmente importantes e que pouco são abordadas em jornais televisivos porque não são matérias quentes (ou notícias recentes). Nesse contexto, a TV sem Gancho, acreditando que novidade e fatos recentes são tópicos distintos, busca a todo momento notícias frias com uma proposta literária que muito acrescentam novidades e conhecimento a todos nós. 

Sabe aquele seu vizinho que tem seis filhos para criar e faz malabarismos para mantê-los bem alimentados? O lugar que você mais você freqüentava quando criança, o Seu João da Padaria que tem câncer de próstata mas que continua a sorrir, um lugar lindo e pouco visitado que você normalmente freqüenta,  um personagem conhecido no seu bairro cheio de histórias para contar, aquela comemoração antiga de uma comunidade local, o Seu José que mora no interior em que você nasceu, o porquê de nós termos um determinado tipo de comportamento a respeito de algo, uma casa mal-assombrada na sua rua, protestos e reivindicações sociais de outros tempos e de agora, essas são as nossas principais pautas.

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